Dia 116 - Do que chega e do que vai embora

Por que me deixa ir embora tantas vezes?

Me pergunto sempre isso.

Também me pergunto por que não vou embora?

Poderia ter ido...tantas vezes - sempre penso nisso.

Mas não fui...sempre fico, como agora...aturdida.

Se até as lágrimas vão embora...

Até o aperto do peito não demora...

Tudo chega e vai embora.

Sem tempo...

E no tempo perfeito.

Eu não queria ir embora.

Queria ficar...não só...mas aqui...mas agora...

Dentro, não do lado de fora.

Por que não me abraça e diz:

- Outra hora...não agora. Fica. É tudo que quero, não vá embora.

Mas o som que escuto é o da porta batendo e indicando...

Mais um adeus e até outra hora. Mas não agora.

E as lágrimas chegam e vão embora...quando ouço o bater da porta.

Saem de mim...escorrem e não voltam, marcando o rosto, o último retrato...

Que fica do lado de dentro...enquanto o coração fica do lado de fora.

Por isso as lágrimas saem e me deixam...mas elas sempre chegam e vão embora.
Como agora.

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Bonito mas triste. Um poema de desilusão e indecisão. Não compreendo este tipo de amor, que se anula e sempre fica esperando o próximo desgosto, sabendo que ele vai chegar inexoravelmente.
Um abraço
Janna Kovacic disse…
Nossa, Geo que poesia lindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! vc que fez??? Demais, adoooreiii!!!! Linda, linda, linda!!! bjoss
António Inglês disse…
Essa ilha deve ser linda...
Que se passou? Porque Deus só olhou para aí?
Não é justo...
Um beijinho e uma boa semana
José Gonçalves
Osc@r Luiz disse…
Amigos chegam, às vezes vão embora, mas SEMPRE VOLTAM!
Está condenada a ter amigos persistentes, mesmo que nem sempre possam estar presentes.
Mas quem sabe, melhor assim. Pelo menos não enjoa :) .
Beijo e boa semana!