Dia 126 - Coffee break

Tristeza cansa.
Cansa também a solidão.
Quando criança ouvia Porto Solidão de Jessé e ficava triste, mesmo sem compreender o significado daquelas palavras. Hoje, não ouço.
Tristeza é estágio não condição, deixo claro que tenho ciência de que para muitas pessoas é o inverso. Todavia, para mim a tristeza limita-se a estágio, ainda bem.
Passo pela tristeza diversas vezes num espaço curto de tempo, mas passo também pela alegria, euforia, como também passo pela ansiedade, insegurança e pessimismo. Tento considerar todos os sentimentos como tempero porque qualquer um deles em demasia num prato estraga o resultado.
Muitas vezes escrevo sobre o amor, sobre paixão, sobre ilusões, sonhos, decepções e contradições, muitos "ões" e "ãos", mas escrevo acima de tudo sobre mim e todos que me conhecem sabem que sou assim.
Mas não sou só amor, como não só sofrimento, sou mais do que podem ver, ou ler, e menos do que acho ser.
Passo dias e dias sem saber o que escrever, mas não passo um só dia sem a vontade de escrever algo.
Sonho ser escritora, mas não me acho digna disso, no entanto, já ouvi elogios de pessoas pelas quais tenho o mais profundo respeito e se, algum dia, escrever um livro e somente delas receber créditos me dou por satisfeita.
Essa é outra questão, fazer a diferença. Já passei muitos dias e noites pensando que minha vida seria em vão, que não sou útil a ninguém, digo, a comunidade, aos colegas, como cidadão, mas parei de me martirizar com isso. Se faço a diferença para um, tenho de me sentir bem, afinal, "um" ser humano é "todo um mundo", como diz um grande amigo.
Não sinto que ainda tenha me libertado, quebrado a trava da porta da minha imaginação, fazer ou dizer algo que me faça sentir que estou, enfim, sendo dona de mim, mas vamos tentando.
Escrever todas essas coisas não fazem sentido, talvez, para quem as lê, mas fazem para mim. Não trata-se de um texto totalmente coerente, relevante ou com concordâncias perfeitas...e daí? Os pensamentos são assim, em desordem continuam a fazer parte de mim...Ah os pensamentos!
Passo tanto tempo com meus pensamentos que as vezes a companhia de uma pessoa atrapalha, me perco e me encontro, viajo sem avião, não preciso de visto, convite, Euros ou Dólares, nem muito menos cartão de crédito, assim vou com meus pensamentos a qualquer lugar neste mundo num dado momento, volto no mesmo segundo, e pego um ticket para a realidade, que também não deixa de ser um outro mundo a parte.
Leio muita coisa e muito pouco do que deveria, entretanto, aprendi neste um ano de Blog a amar poesia e filosofia, mas isso é amor antigo, gigante adormecido. Ainda bem que acordou!
Não me olho nos espelho sem notar meu reflexo, todo o meu complexo e alguns cabelos brancos.
Digo sempre:
- Me chamem de feia mas não de burra!
Mas outro dia pensava:
- Será que eu afirmaria isso se me considerasse feia? Então, concluo que sou feliz, não me acho feia e nem burra. Melhor assim.
E depois de dizer tantas coisas, posso dizer que não tenho fim, que sou como você ou qualquer outro, que ainda não me conheço, sigo entre muitos tropeços, mas preciso terminar o texto...rsrsrs...é simples assim.
Foi como sentar para tomar um cafezinho, bater um papinho e ficamos assim...um até logo ou até amanhã...sempre pensando que nosso encontro nunca terá fim...será sempre o começo de uma bela manhã...
Vai um cafezinho aí?

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