Dia 152 - Desencanto

E do 18° andar de suas lágrimas, foi para a varanda olhar o horizonte, quem sabe estava lá o que lhe faltava? O luar prateado lhe cumprimentava, o vento frio lhe causava arrepio, estava viva, antes o abraço do vento que o nada. As ondas no seu ir e vir lhe acalentava. Tudo que vai, volta e vice-versa - pensava. Com lágrimas nos olhos pensava que, talvez, não devesse ter ido...ou voltado, mas não fazia diferença, estava ali, naquela varanda, olhando o beijo do céu no oceano e atrás de si apenas a porta que faltava atravessar para ir embora. Esperava somente a hora. Na varanda do prédio ao lado alguém em pé degustava um cigarro, mudou seus pensamentos por um momento mas voltou a olhar o mar, que do 18° andar, era maior ainda em sua formosura, prata, azul marinho, luz no horizonte, navios que estavam longe, luar alto a brindar quem, naquela noite, soubesse amar. Ela já não sabia, mas olhava o horizonte na busca de um outro cais, um porto que a quisesse, que a esperasse a tanto tem...