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Mostrando postagens de 2020

Dia 459 - De Seda e Nácar

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Ilusões.  Véus de seda que percorrem a pele, atiçando sentidos outrora adormecidos...  Sonhos acalentados feito o nácar que envolve o grão,  preso em sua realidade, tornando-se a pérola que adorna os sonhos.  Cantos de pássaros que voam ao longe, que cortam os céus...  Ilusões, são véus.  E no desnudar desta seda e nácar Sou o que sou...  Ainda sonhos, mas, sem ilusões.   Eu sei, eu sei...  Ainda sinto o toque da seda, que eu mesma teci.  E de nácar...  "Diadema de sonhos",  Ao mar devolvi.  _GeoSRosa_

Dia 458 - Caçadora de mim

Porque posso fazer sorrir meu lado escuro, clarear a tristeza, esquecer o orgulho, aproveitar a incerteza, descalçar meus pés, bagunçar os cabelos, desculpar sobressaltos, dançar sem música, cantar qualquer ritmo, escrever sem pausas, respirar com profundidade, enxergar além da vidraça, quebrar a saudade. Não irei explicar, somente dizer, assim como não posso parar de sofrer, aprender, posso amar o quanto quiser, o tempo, o dia, a noite, sem me preocupar quem ilumina e quem esconde, porque eu quero é ser, apenas o meu direito a qualquer variação de mim mesma, porque não sou matemática, sou filosofia, do meu olhar sobre o mundo, terapia das minhas contradições, pirata das minhas ilusões, navego no céu, caminho no oceano, abraço meus sonhos, e tento perdoar meus enganos, subo uma torre porque vejo a luz, mesmo tendo medo de altura, corro mais lento pra compreender a loucura destes caminhos, me jogo ao vento porque sou passarinho, como o rio eu vou desaguar, no meu mar e encontrar com o a

Dia 457 - O Vagalume

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Preciso me apegar as luzes que brilham. Que importa se lâmpadas não são vagalumes! São vagalumes para mim, naquele quadradinho ali oh!! Preciso fugir, para dentro de mim, avisar a moça que mora lá: - Não enlouqueça! Acalme-se! Se se perdeu, olhe pra cima! Naquele quadradinho ali! Às vezes, frestas, figuras, lâmpadas feito vagalumes são tudo que temos...  Qualquer luz é melhor do que a escuridão. - Não se sufoque demais, disse o pássaro. Está vendo ali! É nossa rota de fuga, vem comigo! - completou. E não é que senti! Que a brisa descia e nos dava mesmo a mão e num instante respirei. Subimos passando por janelas e inúmeras cenas me chamaram a atenção, uns dormiam e outros não, mas ninguém estava a olhar pela janela, pareciam não se importar, se faltava pouco para aquele quadradinho lá do alto se fechar e ninguém, nunca mais, iria ver as luzes. E quando estávamos, quase chegando ao topo de um edifício notei, na ponta do prédio, eu juro que vi, bem pequenino, um vagalume piscand

Dia 456 - Fiandeira

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Quedo-me ao tempo, deslumbrando-me ao ver através de espelhos... Espelhos com metal contam histórias que trago gravado em meu corpo, o sorriso largo, o cabelo sempre rebelde, brancos como asas de um pássaro que já atravessou muitos verões... As aspas em torno dos olhos, que dizem sempre mais do que as próprias palavras um dia poderão expressar, reticências feito constelações em meu peito, sobre mãos cansadas, mas, nunca cansadas demais para trabalhar... E como se etérea fosse, contemplação do caminho, num voo incansável abro asas e mais uma vez busco um destino, mas, desta vez, em direção ao sorriso de Deus. Com o olhar do perdão a alegria sempre retorna, perdoo o atraso das horas, os dias que partiram e tantas histórias... E apenas agora começo a aprender a ser eu... E na sutileza, não desejo mais do que tenho porque tenho tudo que preciso. Por onde andei, os pés estavam descalços, as mãos limpas, o sorriso largo e o coração livre... E quem me viu passar, cruzou comigo por essas estra

Dia 455 - Para além...

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Dias se alternam entre o cinza e o azul, mas, o céu sempre está lá, assim como quem o criou e nos ama imensamente. Gratidão! Hoje acordei como este dia, as nuvens não me impedem de raiar, de me fortalecer aos passos das horas, de me perder e por estes caminhos desconhecidos me reencontrar, quantas vezes for necessário.  Assim passam os dias, as semanas e os anos, assim vivemos, as vezes, querendo ser outros, mas sendo o que, tantas vezes, renegamos, apenas nós mesmos. Frágeis autores de mil e uma noites, personagens de grandes encenações ou tão somente estudantes num planeta distante?! Assim caminhamos as nossas gerações, questionando a própria natureza, escrevendo a história sem qualquer certeza no porvir, mas, acreditando que pela dor ou pelo amor, amanhã há de ser algo melhor, porque do contrário nunca iríamos conseguir ver que o céu sorri. E ele sorri mesmo por detrás de todas as nuvens. ( Praia da Costa, Cidade de Vila Velha, ES - F oto • @wllpes)

Dia 454 - Hamlet

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Interlocutor 1: - Eu vejo 'Hamlet'. Interlocutor 2: - Com que frequência? Interlocutor 1: - O tempo inteiro. (Pausa seguida do silêncio incrédulo do interlocutor 2) Interlocutor 2: - E o resto? Interlocutor 1: - "O resto é silêncio". Cena II, Ato V (Hamlet). _Geo SRosa_

Dia 453 - Close your eyes...

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Se pudéssemos emprestar nossos olhos... Talvez, somente talvez, veriam nosso mundo como nós o vemos. Talvez, somente talvez, aquela pontada de sentir, que dói ou que nos transborda, seria compreendida. Talvez, somente talvez, saberíamos o segredo do pintor naqueles detalhes que a um olhar leigo não passou de uma pincelada, mas, para ele foram horas de dedicação em diferentes nuances e contrastes... Uma luta feroz entre a luz e as sombras. Onde andam as notas que alcançam o tom do nosso coração?! A diferença entre “uma coisa e outra”?! O Sol que deixa o mar mais brilhante, o céu mais azul, também descobre a poeira do tempo... Se eu pudesse emprestar os meus olhos... Talvez, eu também, pudesse ver, O que sinto, mas, nem sempre consigo dizer... Como por exemplo:  O que o mar sente quando avista a praia e o faz desejar se limitar a uma onda somente para beijá-la, eternamente. Talvez, somente talvez... Se fecharmos os olhos e mergulharmos em nossa imensidão, possamos s

Dia 452 - Muse

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Dia 451 - Sob a mesma teoria...

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Ansiamos tanto pelo tempo... Mas, tanto...  Que, muitas vezes, por desejá-lo tanto é que o perdemos. Por ser relativo sob o olhar de cada um (teorizado por Einstein), cada qual o sente de uma forma e para este também passa de forma relativa em comparação ao tempo do outro, porque assim o sente, sempre diferentes. Quer dizer, que mesmo sendo semelhantes, vivendo situações semelhantes, tudo que sentimos, o tempo de cada um, nunca será igual. Assim como o que com ele aprendemos. Sob a mesma cronologia estamos sujeitos, mas, não estamos sujeitos a sentir o contar das horas da mesma forma. Logo, não estamos subjulgados ao tempo, mas, antes o julgamos como o responsável pelas nossas perdas. Em geral, sentimos mais o tempo quando "perdemos". Quando o amor, e a sonhada felicidade, parecem estarem fadados a morte como nosso corpo está. E quem mata o amor?! E onde mora essa tal 'Dona Felicidade'?! As nossas crenças, escolhas, nossas prioridades, visão, o "nosso tempo relat

Dia 450 - Daisy

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Dia 439 - Repara bem no que não digo (Leminski)

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Li...  "Repara bem no que não digo" (Leminski)" Pensei no quanto acho que falo demais as vezes. E o quanto gostaria que "reparassem", algumas vezes, no que não digo. E o que não digo para conseguir lidar com o que tenho dificuldade em lidar. E o quanto admito, principalmente, quando escrevo... E o quanto não admito... Então, me arrisco a dizer, nesta reflexão um tanto meândrica, que entre o que dizemos e o que não dizemos há um mar, uma ponte ou apenas o infinito. _Geo SRosa_ Adicionar legenda

Dia 438 - Eu costumava pedalar...

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Na verdade pedalar, desde sempre, foi um grande amor, não paixão, porque essa passa. Mas, faz anos que não pedalo... Então era paixão?! Não. Na verdade criei raízes, depois minhas cascas se tornaram grossas demais e eu mudei. Por dentro ainda corre a seiva... Mas, quem me vê, não vê aquela que fui, mas, somente a que me tornei. E muito do que eu amava foi absorvido por mim para dar lugar a outras coisas, que eu decidi serem mais prioritárias. Então, a bike enferrujou e eu me esqueci do vento nos cabelos enquanto pedalava, da sensação de liberdade e poder em depender somente das próprias pernas, de não haver obstáculo, rua sem saída ou lombada que me desanimasse... Da dificuldade e dor ao subir um morro para depois sentir o prazer e a leveza em descer... Nos esquecemos do auto cuidado, do auto carinho, da auto estima, nos esquecemos de olhar pra dentro... E por muito, muito tempo olhamos para fora... Enquanto consumimos lembranças, bicicletas e ventos no cabelo. Não. Não digo porque est

Dia 437 - Brida

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Eu não tinha o hábito da leitura até ganhar um livro de presente de aniversário por volta dos 14 anos, um romance de Paulo Coelho chamado Brida. Ninguém nunca havia me dado um livro de presente e até hoje é meu presente favorito. Brida não se tornou meu livro preferido, mas, a personagem percorreu um caminho de auto descoberta e eu descobri que tinha que trilhar o meu. Talvez fosse essa a mensagem que quem me presenteou queria que eu compreendesse. E falar sobre isso só ratifica o meu pensamento de que não sabemos o peso de nossas palavras e atitudes na vida de alguém, pois junto com o livro eu ganhei o que estava além do meu horizonte. Os escritores tem essa responsabilidade pelo dom que possuem, por suas mãos o horizonte sempre será maior do que a nossa vista alcança, poderemos ver além, eles contarão a história que já foi vivida e a que será sonhada, o que ampliará nossa compreensão e emoção, tocando muitas vidas com o poder da palavra. "Da minha aldeia vejo quanto da terra se

Dia 436 - Somos Morada

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Senhor, Que consigamos perceber o Essencial, Porque as vezes estamos tão perto da dor que perdemos a Visão do Horizonte. Que consigamos Sentir... Porque, as vezes, estamos tão distantes dos Outros que perdemos a Nós Mesmos. Que ao fechar os olhos possamos Concretizar... O Gesto que não se perde em palavras... Pois nunca se perderá uma Oração a Deus elevada. O que Reflete e da sentido ao mundo é o que construímos dentro de Nós, O Tempo não apaga a memória da alma... Toda Vida é escrita no livro do tempo... Páginas em Folhas de ouro... Páginas que renascem do Pó. Que possamos aprender a Viver... A Sermos Humanos, porque somos Morada e junto a Ti Ninguém Está Só! _Geo SRosa_

Dia 435 - Conjugação

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Palavras, Amadas palavras... Quantas tantas doces, Noutras vezes salgadas... No "lugar certo", Sem "tempo errado"... Se a dor existe, Não soes triste... O futuro é verbo a ser conjugado. _Geo SRosa_

Dia 434 - Galatéia

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Onde fica a tênue fronteira entre o sonho e a realidade?! O que amamos sempre é quem amamos?! Onde termina um e começa o outro?! As vezes, imagino o olhar de felicidade de Pigmalião em direção a Galatéia ao observar seu primeiro movimento. O instante que ultrapassa a perfeição, já que ela era a própria... Um instante tão inimaginável e transcendente que não foi escrito, em seu lugar, um "happy end". "Queremos" pessoas reais, mas, muitas vezes, buscamos o ideal. Abandonamos Galatéia quando ela deixa de ser perfeita. Seus gestos não são tão leves, seu hálito não é tão doce, sua pele não é tão lisa, sua fala não é suave ou se assim fosse? Tudo que Pigmalião queria. Seria então a monotonia e a morte de todos os seus sonhos?! Prefiro pensar que ela era uma das estátuas que não deram certo, aquela no canto do atelier, mas, um dia ao se olhar no espelho Pigmalião lembra-se dela e de sua semelhança em relação a ele mesmo. Ao se pôr diante dela, cada parte imperfeita dele fa

Dia 433 - O coração do homem

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O coração do homem é sua morada, E sempre será a sua perdição ou sua salvação! O coração do homem carrega o seu universo e embala todos os gestos, Mas, a alguns reserva um dom... De transformar os seus versos em oração, Ouvindo até o lamento do vento como se fosse canção. Mas, o homem é um menino, Neste caminho repleto de contradição... Enquanto a sua verdadeira morada não é deste mundo... Presenteando-lhe Deus com um coração, Para que sempre se lembre do que é eterno e infinito, E não se limite a sua intermitente condição. _Geo SRosa_

Dia 432 - Como nossos pais (Homenagem a minha mãe)

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Somente amadurecendo é que reconhecemos o quanto temos de nossos pais. Eu achava que éramos opostos, mas, há tanto de você em mim, somado ao seu esforço de dar e fazer o melhor. Obrigada mãe! Como mãe é impossível não reconhecer o tamanho deste desafio, de conciliar a mulher que nos tornamos com a maternidade, num mundo cada vez mais difícil e cruel. De ver pelos olhos de nossos filhos a passagem do tempo, vê-los, acompanhá-los, orientá-los em cada desafio e perceber que sua independência é um caminho sem volta. E entregamos nas mãos de Deus a parte que não nos cabe, as suas escolhas. Herdei de ti a mulher romântica, sonhadora, o amor as palavras, ao estudo, mas, também a força que, a maneira de cada uma, defende o que lhe é importante e essencial. Nunca tivemos medo de dar um passo atrás, quando necessário, para dar muitos adiante. E isso é mais fácil de falar do que fazer, sabemos bem. Parte da paixão que me sustenta veio de ti. E se hoje sou uma mulher independente e forte é porque,