Dia 456 - Fiandeira

Quedo-me ao tempo, deslumbrando-me ao ver através de espelhos...
Espelhos com metal contam histórias que trago gravado em meu corpo, o sorriso largo, o cabelo sempre rebelde, brancos como asas de um pássaro que já atravessou muitos verões... As aspas em torno dos olhos, que dizem sempre mais do que as próprias palavras um dia poderão expressar, reticências feito constelações em meu peito, sobre mãos cansadas, mas, nunca cansadas demais para trabalhar...
E como se etérea fosse, contemplação do caminho, num voo incansável abro asas e mais uma vez busco um destino, mas, desta vez, em direção ao sorriso de Deus.
Com o olhar do perdão a alegria sempre retorna, perdoo o atraso das horas, os dias que partiram e tantas histórias... E apenas agora começo a aprender a ser eu...
E na sutileza, não desejo mais do que tenho porque tenho tudo que preciso.
Por onde andei, os pés estavam descalços, as mãos limpas, o sorriso largo e o coração livre...
E quem me viu passar, cruzou comigo por essas estradas, sabe das fazendas que trago na alma, nas quais tanto me dediquei...
E das imperfeitas fiz minhas vestes, porque sonhadora eu nasci, mas fiandeira me tornei.

_Geo SRosa_


Comentários

N A S S A H disse…
belo texto descritivo
Luiz Gomes disse…
Oi Geo boa noite. Obrigado pela visita. Amo o ES, minha mãe e tias nasceram em Vitória e Afonso Cláudio. No início do ano fui a Guriri e Itaúnas.
Luiz Gomes disse…
Não achei a parte de seguidores.