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Mostrando postagens de 2018

Dia 393 - Cultivar-se

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Rega-se o amor, cuida-se feito planta e vê-lo florir Sorrindo-lhe aos olhos a felicidade de acompanhar o brotar fora de ti o que em ti existe E ver crescer Cumprindo a tarefa de propagar-se e de doar-se As abelhas que lhe levam o pólen Espalhando a boa nova feito semente por todo canto E campos inteiros florescerão Porque um dia alguém cultivou o amor dentro de si A vida se refaz... _Geo SRosa_

Dia 392 - O Desnudar da Paixão

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Aos poucos... Os contornos se preenchem... Nascendo a forma. Aos poucos... Reticências viram pontes... E a palavra cruza horizontes. O abraço fica mais apertado, Os beijos, ternos e demorados, A emoção, surpreende a razão. O Sol, nascendo do olhar, A direção... O Norte, Marcando seu ponto no cimo do coração. Pássaros cruzando oceanos entregando a vontade, O Mar, cama de sonhos! No colo do sentir, o aconchego, No coração, certeza... Adornada de gratidão... A vida, Cada dia, fazendo do presente um tempo... De metáforas revestidas de tesouros, Palpitando saudade. Detalhes de um infinito, Muito particular, E tão bonito... Onde desnuda-se a paixão, Para o Amor entrar... No corpo da realidade, E fazê-la gozar, Em poesia.

Dia 391 - Onde acontece a magia?

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Noutro dia, eu e meu filho estávamos assistindo TV quando, de súbito, me olhou e disse: - Mãe! O seu cabelo é amarelo?! Sorri (rindo muito por dentro!) e respondi: - Claro meu filho! O cabelo da mamãe é amarelo.  Então ele correu para apagar a luz, queria fazer um 'teste científico' com sua nova descoberta. A luz se apagou e ele correu de volta... - Mãe?! (Pausa, com certa decepção rss...) - Ainda está amarelo! (Explodi por dentro de amor e também de risos!!) Depois refleti... Meu menino está crescendo e com ele a percepção e a consciência do que lhe cerca, como a cor do cabelo de sua mãe, a saliva que desce pela sua garganta, o bater do seu coraçãozinho, que ele jura que vai explodir... O susto que leva quando algo lhe chama a atenção... Como em outra situação onde, despretensiosamente, ele me apresentou um truque de mágica que aprendeu sozinho... - Mãe?! Olha! Mãos desaparecidas em algum 'universo paralelo' dentro do casaco, se

Dia 390 - Sob o Céu das Palavras

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Contemplavam-se em ternos gestos... Na descoberta do espelho sem metal e sem vidro No infinito... De segundos eternizados Em singelo contentamento De um (re)encontro De almas peregrinas Que migraram nas areias do tempo E se reconheceram Sob o céu das palavras

Dia 389 - Boa Noite

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Quando cheguei já estava dormindo... Te observei por um tempo, pensando, sentindo... Respirava profundo e no meu coração o meu mundo, como se na palma da sua mão ele coubesse... Fui lhe entregar um beijo que aqui morria de amor acumulado... Um beijo precisa ser beijo... Do que precisa um coração apaixonado? Deixei pra lá a pergunta e de leve entreguei-lhe o beijo... Pensando que cada um deve fazer o que nasceu para fazer... E eu, precisava voltar... Antes que o dia amanheça e eu novamente me esqueça do quanto é bom sonhar contigo.

Dia 388 - Entrega

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Chegas como o mar... Em ondas me envolve e me leva para o profundo de ti... E ali, submersa, me entrego... Ao som da água, ao gemido, a ânsia que expresso, imaginando dizer-te 'te amo' ao ouvido.. Enquanto seus braços me envolvem, enquanto minhas pernas te prendem, enquanto meu corpo te acolhe...

Dia 387 - Do Tempo e a Eternidade

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Um instante, um sopro, num tempo inconstante e já somos futuro... Se fecharmos os olhos e contarmos nossos inúmeros desejos não sentiremos o tempo, Apenas o que nunca aconteceu... Um instante, E nossos pais envelheceram, Nós crescemos, Nossos filhos são pais, E nos tornamos, novamente, filhos... Quanto tempo se passou até tudo isso acontecer? Um instante, que não se viu correr... Um minuto com a mente no futuro e o presente passado se tornou. Um dia, somente um dia que não disse o que queria e a oportunidade se calou. Uma única pretensão de que podemos sempre voltar e alguém não voltará. Uma palavra engolida pelo o orgulho é menos um 'eu te amo' na construção de um futuro. Um tempo que vai... Não volta... Jamais. Um instante é tudo que temos para fazer história... O que somos, o que teremos, o que deixaremos serão apenas memórias, De um tempo que não perdeu tempo e ganhou a eternidade dentro de alguém.

Dia 386 - Como os desenhos nas nuvens

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Vivemos sob uma necessidade de conceituar tudo, procurando respostas onde deveria haver perguntas. Conceituando o simples, o espontâneo, como se nada pudesse ser o que simplesmente é... Gerando ansiedade e, por vezes, medo. Quando eu era adolescente costumava desenhar, não era algo técnico, era intuitivo, fazia porque gostava e só isso, não queria chegar a lugar algum com isso...   Um dia, meu prim o acreditando que eu tinha um dom conseguiu para que eu tivesse aulas com uma artista plástica. Eu morri de medo do que ela poderia achar de mim. Ela me dava aulas enquanto pintava tomando seu chimarrão. Dizia-me: - Pode desenhar o que quiser... Eu não entendia como poderia aprender daquela forma, mas, desenhava o que eu sabia. Em alguns momentos ela se levantava e me sugeria melhorias, passando o que sabia da forma mais delicada. Certa vez ela me pediu para manchar uns papéis com aquarela e depois que secassem desenhar o que via neles... E vi uma infin

Dia 385 - Fio do Destino

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Conheço a força do seu abraço, (Ele me faz tanta falta!) Conheço o toque de suas mãos, (Elas me tiram a razão!) Conheço o calor dos seus beijos, No seu olhar o desejo, (Eles me tiram todo o medo!) Conheço seu suspiro impaciente, Sua voz chamando-me urgente, No instante hesitante... Conheço... O papel e a pena, O tudo que vale amar... Mas no tempo... Me perdi... Na ânsia que em mim nunca se saciou... Mas reconheci em seu olhar, A minha paz... A sua maneira de pensar, Contigo faço tanto meu amor! Conheço a dor da espera, A alegria do regresso, As palavras que o tempo nunca apagou. A paixão que me cativou, O deserto que atravessou... Nosso despertar... Sabe, Sempre fomos amantes, De contos e diamantes, Romances em terras distantes, Épicos de outras eras, Muito além de qualquer compreensão, Uma história sem fim... Em cada batida do nosso coração.... Amor, Como poderei explicar? Era inevitável o cruzar de nossas estr

Dia 384 - As areias do tempo

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Estamos cerceando nossos corações...   Achando que tudo que há de errado é culpa do vizinho. Está do outro lado. Estamos rodeados de rancor e mágoa, inundando a alma com coisas sem importância. Não partilhamos abraços, não temos tempo. E nos habituando a não recebê-los. Não partilhamos sorrisos, banalizamos os beijos... Estamos muito preocupados, com nós mesmos... Não partilhamos nada, nem os nossos medos, nos assolando em solidão e desespero.  Julgamos o outro o medindo por nós mesmos...  Falta-nos compaixão para compreender o próximo. Estamos nos acostumando...  Nem sequer percebemos o céu e lamentamos a chuva, como algo desagradável aos nossos planos. Não molhamos mais os pés, estamos secos.  Ficou para as crianças resolverem no futuro... E o nosso tempo é contado em saudade...  Simplesmente, não temos tempo. Fica o peso de tudo que nos negamos e justificamos como sendo o que o mundo tem a nos oferecer, nos esquecendo da generosidade da Terra.  E o

Dia 383 - Jorge (São)...

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Olhos opacos, abatidos, marejados, avistando um horizonte inexistente... Voz embargada, mãos calejadas ao peito, boca seca de palavras e um coração que saltava do peito... Se o conheço? Conheço não... Mas ele existe, teve três filhas, todas casadas, graças a Deus foi o que ele disse levando as mãos aos céus com dedo em riste e em respeito. A Aquele que sabe muito mais que todos nós. Foi na porta da casa D’Aquele que sabe mais do que todos nós que nossos caminhos se cruzaram, foi até a casa D’Ele buscar perdão, por um (mal) feito. Por isso a voz embargada, os olhos marejados e a boca seca de palavras. Um pai que para defender a filha feriu seu agressor. Mesmo ciente de que ele (o agressor) estava  tomado pelas drogas e usa constantemente de violência, ao que muitos diriam nem perdão merecia, ele se sentia mal. Reconhecendo ter uma forma frágil e sofrida, não pela idade mas pelos anos de luta, que nem tanto podia fazer, mas, fez o que pode na sua dor, sentia-se cansado, mas,

Dia 382 - FIND YOUR INSPIRATION

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Disse a minha amiga outro dia que não iria mais escrever e ela, imediatamente, disse: - Não faça isso! Você se sente melhor quando escreve, se não escrever irá “morrer”. Foi a voz do seu amor que me alertou, que não devo deixar de ser quem sou, que não posso sufocar meus sentimentos e que não escrever iria me consumir, muito mais do que sentir. Em poucas palavras ela me passou a mensagem. Escrevo porque sinto e devo ser grata por sentir mais do que receber, porque estamos todos ‘morrendo’. Nos condensando, matando nossos sonhos, a essência do nosso ser, os sentimentos, os desejos que, tantas vezes, consideramos loucos por não estarem dentro de padrões da sociedade, as nossas paixões, perdendo a fé, a emoção que tem hora e razão para ocorrer.. A contradição que é viver. Não sei como as palavras nascem em mim, elas apenas nascem, como o amor que cultivo em meu coração, nascem dessa minha louca e contraditória paixão, que não me abandona mesmo quando a realid

Dia 381 - Foco

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Que nenhuma dificuldade se torne obstáculo.  Que nenhum obstáculo se torne maior que nossos sonhos.  

Dia 380 - PLANTADOR DE GIRASSÓIS

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Observo-me... E sei que tudo tem seu tempo e lugar. A questão é que, as vezes, queremos que seja em nosso tempo, da nossa forma, daí nasce a frustração. Não é culpa do pobre tempo. Quando a vida nos transforma, na dor ou no amor, prevalecendo o que temos de melhor, lapidando nosso coração, ficamos mais sábios. É exercício diário tentar se aprimorar, ser alguém melhor. Mas, algumas vezes perdemos o 'time'. Recomeçar nunca é fácil... Não é que eu não fique triste, as vezes eu fico. No entanto, também é sábio se permitir sentir, seja o que for. Só me recuso a não lutar, pelo que acredito, sinto ou acho justo. Por mim e pelos que amo. 'Me recusar' a certas coisas/situações também é meu exercício diário... Quiçá, tudo isso, de muitas vidas... Assim como aprender a perdoar, as minhas falhas, limitações, a minha ira, as ironias da vida... Então eu peço... Humildemente... A Deus para sempre me lembrar da minha capacidade de aprender e levantar, para que eu nu

Dia 379 - HORA

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HORA Sinto que hoje novamente embarco Para as grandes aventuras, Passam no ar palavras obscuras E o meu desejo canta --- por isso marco Nos meus sentidos a imagem desta hora. Sonoro e profundo Aquele mundo Que eu sonhara e perdera Espera O peso dos meus gestos. E dormem mil gestos nos meus dedos. Desligadas dos círculos funestos Das mentiras alheias, Finalmente solitárias, As minhas mãos estão cheias De expectativa e de segredos Como os negros arvoredos Que baloiçam na noite murmurando. Ao longe por mim oiço chamando A voz das coisas que eu sei amar. E de novo caminho para o mar.  Sophia de Mello Breyner Andresen |  "Dia do mar", págs. 58 e 59 | Edições Ática, 1974

Dia 378 - "Viver não é somente respirar"

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Li, recentemente, a seguinte frase: "Viver não é somente respirar". Uma afirmação que parece simples e óbvia, só que não. Costurando nosso destino, tecendo com nossas escolhas, remendando, algumas vezes, pedaços de nós mesmos, vamos produzindo uma grande 'colcha de retalhos', que chamamos de vida. É preciso mais que vontade, é preciso coragem para encarar nossos medos, reconhecer nossos limites e lutar pelo que vai ao nosso coração. Há escolhas que não são fáceis e trazem sofrimento, no entanto, excluindo a vitimização, temos que reconhecer que todo ser tem seu direito e que, muitas vezes, o que parece 'sofrimento' nos serve de aprendizado. Por este motivo, diariamente, repito a mim mesma: "Aos outros o direito de ser como são e a mim o dever de ser cada dia melhor". Enquanto Mãe, tenho consciência das minhas ações que refletem em quem de mim ainda depende, entretanto, como pessoa, só posso responder por mim. Se quero ser feliz, ce

Dia 377 - AMAR É SER NINHO

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Todas as noites eu canto uma música para meu filho que fala da história de um passarinho. Canto para ele essa canção desde que nasceu, só que agora ele me pede e tenta cantar junto. Conheço essa música desde criança e, sinceramente, não me lembro onde a aprendi, todavia, me apaixonei por ela desde sempre...  Hoje posso cantar para ele, que ainda sem a compreender totalmente, também se apaixonou por ela. A música conta a história de um passarinho que ao aprender a voar cai do  seu ninho e fica machucado e muito triste, no entanto, o Dr. Coruja o socorre e o trata. Só que quando a asa se recupera o passarinho vai embora do ninho.  Acredito que quem a narra é a mamãe passarinho porque no primeiro refrão é evidente o lamento pela escolha do passarinho que, crescido e curado, decide ir embora.  O tempo passa e um dia ele retorna, já adulto, diz que irá se casar e que retornará porque seu antigo ninho é seu lugar. Então, o refrão fica feliz e diz que ele voou, voou, mas, v

Dia 376 - QUATRO BRAÇOS

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A lição de casa do meu filho era escrever o primeiro nome do pai, o primeiro nome da mãe, o primeiro nome dele mesmo e desenhar sua família, ao que ele fez, a sua maneira, lindamente. No desenho constava tudo que para ele era importante naquele cenário, o papai, a mamãe, ele, o sol, a lua, uma casa cheia de janelas e uma porta, uma árvore cheia de maçãs, que ele descobriu recentemente ser a sua fruta favorita mas que ele só comeu um pouquinho, a Dona Aranha e uma parede para  ela subir, um chão de grama verde para todos nós pisarmos, um céu azul que também tem nuvens, todos temos dois olhos grandes e sorrisos felizes, temos corpo magro (fiquei especialmente feliz nesta parte), cabeças pequenas, duas pernas, mas, Quatro braços que estão estendidos na direção dele e os dele em nossa direção, na certeza de um encontro. Quando lhe perguntei o motivo de Quatro braços ele me olhou como que, obviamente, eu devesse saber, que todo mundo tem Quatro braços, eu sorri e disse: - Cl

Dia 375 - A própria vida

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Quem me conhece sabe... E quem não conhece, pode ler O quanto, as vezes, sou expansiva no meu sentir Defendo tudo que acredito com paixão E luto, com o que me for possível, pelo que acredito e quero Mas, me recolho também Tem dias que sinto-me tão cansada Chego a pensar em aderir aos que nada dizem Ir em fila indiana aos que todos fazem E sentar no banco dos que se conformam No entanto, há em meu peito uma chama Que inflama a vontade de Ser e vai  ao encontro do inconformismo nem sempre aparente em mim É injusto Meu Deus! Se calar para a vida, ignorar os sentimentos,  não dizer as palavras ou não ser o que se é O que vale a pena então? Para quê tanta vida, para quê este nome, se não viver? É incoerente Perde-se o sentido, literalmente Não sou, alguém extremamente forte ou corajosa, não sou Já chorei ocultada por paredes, por travesseiros, no banheiro Já chorei ao lado e ninguém percebeu Amordacei dores, amores, desejos e frustrações E ta