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Mostrando postagens de agosto, 2020

Dia 458 - Caçadora de mim

Porque posso fazer sorrir meu lado escuro, clarear a tristeza, esquecer o orgulho, aproveitar a incerteza, descalçar meus pés, bagunçar os cabelos, desculpar sobressaltos, dançar sem música, cantar qualquer ritmo, escrever sem pausas, respirar com profundidade, enxergar além da vidraça, quebrar a saudade. Não irei explicar, somente dizer, assim como não posso parar de sofrer, aprender, posso amar o quanto quiser, o tempo, o dia, a noite, sem me preocupar quem ilumina e quem esconde, porque eu quero é ser, apenas o meu direito a qualquer variação de mim mesma, porque não sou matemática, sou filosofia, do meu olhar sobre o mundo, terapia das minhas contradições, pirata das minhas ilusões, navego no céu, caminho no oceano, abraço meus sonhos, e tento perdoar meus enganos, subo uma torre porque vejo a luz, mesmo tendo medo de altura, corro mais lento pra compreender a loucura destes caminhos, me jogo ao vento porque sou passarinho, como o rio eu vou desaguar, no meu mar e encontrar com o a

Dia 457 - O Vagalume

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Preciso me apegar as luzes que brilham. Que importa se lâmpadas não são vagalumes! São vagalumes para mim, naquele quadradinho ali oh!! Preciso fugir, para dentro de mim, avisar a moça que mora lá: - Não enlouqueça! Acalme-se! Se se perdeu, olhe pra cima! Naquele quadradinho ali! Às vezes, frestas, figuras, lâmpadas feito vagalumes são tudo que temos...  Qualquer luz é melhor do que a escuridão. - Não se sufoque demais, disse o pássaro. Está vendo ali! É nossa rota de fuga, vem comigo! - completou. E não é que senti! Que a brisa descia e nos dava mesmo a mão e num instante respirei. Subimos passando por janelas e inúmeras cenas me chamaram a atenção, uns dormiam e outros não, mas ninguém estava a olhar pela janela, pareciam não se importar, se faltava pouco para aquele quadradinho lá do alto se fechar e ninguém, nunca mais, iria ver as luzes. E quando estávamos, quase chegando ao topo de um edifício notei, na ponta do prédio, eu juro que vi, bem pequenino, um vagalume piscand

Dia 456 - Fiandeira

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Quedo-me ao tempo, deslumbrando-me ao ver através de espelhos... Espelhos com metal contam histórias que trago gravado em meu corpo, o sorriso largo, o cabelo sempre rebelde, brancos como asas de um pássaro que já atravessou muitos verões... As aspas em torno dos olhos, que dizem sempre mais do que as próprias palavras um dia poderão expressar, reticências feito constelações em meu peito, sobre mãos cansadas, mas, nunca cansadas demais para trabalhar... E como se etérea fosse, contemplação do caminho, num voo incansável abro asas e mais uma vez busco um destino, mas, desta vez, em direção ao sorriso de Deus. Com o olhar do perdão a alegria sempre retorna, perdoo o atraso das horas, os dias que partiram e tantas histórias... E apenas agora começo a aprender a ser eu... E na sutileza, não desejo mais do que tenho porque tenho tudo que preciso. Por onde andei, os pés estavam descalços, as mãos limpas, o sorriso largo e o coração livre... E quem me viu passar, cruzou comigo por essas estra

Dia 455 - Para além...

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Dias se alternam entre o cinza e o azul, mas, o céu sempre está lá, assim como quem o criou e nos ama imensamente. Gratidão! Hoje acordei como este dia, as nuvens não me impedem de raiar, de me fortalecer aos passos das horas, de me perder e por estes caminhos desconhecidos me reencontrar, quantas vezes for necessário.  Assim passam os dias, as semanas e os anos, assim vivemos, as vezes, querendo ser outros, mas sendo o que, tantas vezes, renegamos, apenas nós mesmos. Frágeis autores de mil e uma noites, personagens de grandes encenações ou tão somente estudantes num planeta distante?! Assim caminhamos as nossas gerações, questionando a própria natureza, escrevendo a história sem qualquer certeza no porvir, mas, acreditando que pela dor ou pelo amor, amanhã há de ser algo melhor, porque do contrário nunca iríamos conseguir ver que o céu sorri. E ele sorri mesmo por detrás de todas as nuvens. ( Praia da Costa, Cidade de Vila Velha, ES - F oto • @wllpes)