Dia 437 - Brida

Eu não tinha o hábito da leitura até ganhar um livro de presente de aniversário por volta dos 14 anos, um romance de Paulo Coelho chamado Brida. Ninguém nunca havia me dado um livro de presente e até hoje é meu presente favorito.
Brida não se tornou meu livro preferido, mas, a personagem percorreu um caminho de auto descoberta e eu descobri que tinha que trilhar o meu. Talvez fosse essa a mensagem que quem me presenteou queria que eu compreendesse. E falar sobre isso só ratifica o meu pensamento de que não sabemos o peso de nossas palavras e atitudes na vida de alguém, pois junto com o livro eu ganhei o que estava além do meu horizonte.
Os escritores tem essa responsabilidade pelo dom que possuem, por suas mãos o horizonte sempre será maior do que a nossa vista alcança, poderemos ver além, eles contarão a história que já foi vivida e a que será sonhada, o que ampliará nossa compreensão e emoção, tocando muitas vidas com o poder da palavra.

"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver." (Alberto Caeiro) 


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