Dia 188 - O que procuramos? Encontrar?!

Onde está mesmo aquela blusa?
Procurei por toda parte, lembro-me bem que continha flores de diversas cores, gostava dela, me acompanhou em momentos muito especiais, porém, em um momento que não me lembro eu a esqueci, em algum lugar guardei, doei ou, simplesmente, não sei. Todavia, pensei nela outro dia, aquela blusa, que maravilha! Gostava dela! E era com ela que queria me vestir hoje, mas, ela está não sei onde...ou em algum lugar que eu mesma a coloquei...
Guardada, não esquecida, veio a tona suas cores em minha mente, seu toque em minha pele, suas mangas salientes, detalhes que a poucos dias não me faziam a menor diferença, nem se quer, fazia notar a sua falta ou a sua presença. É estranho como somos assim? Hora alegres, usando nossas melhores roupas, as mais coloridas, radiando cores e aromas e noutro momento, nos jogamos em algum lugar para fazer esquecer... Ou para não lembrar?

Como seria fascinante simplesmente acordar e dar-se conta de que tudo não é como antes, porém melhor não pode ficar. Não haveria dor, tristeza, permuta, nem uma lembrança de algo que não queria ter perdido, ou lembrar-se-ia somente das coisas boas que havia aprendido. Também estariam lá todas as suas roupas, as que usamos nas melhores ocasiões, as que nos renderam as melhores recordações, desde aquele chinelo velho até aquele vestido que usamos em nossa formatura, nos lembraríamos só das coisas boas e as ruins, estariam todas do lado de fora. Com certeza aquela blusa colorida estaria na minha lista, aquela que falei a pouco, toda florida, lembram-se?

Na verdade queridos, não me lembro de tê-la vestido, nem sequer de que tenha existido. Não me lembro de uma blusa colorida que tenha me trazido a lembrança de um momento alegre qualquer. E posso até dizer, que muitos momentos que tive de alegria ou de prazer nem roupa eu estava usando. Mas não se limitem a imaginar que estou falando de um simples pedaço de pano, ou de estar nua em cima de uma cama. Bem sabem, tanto quanto eu, que vestimos muitas roupas ao acordar e que em muitos momentos ficamos nus diante de quem se ama, sem que isso seja, de fato, algo que se possa constatar no tato.

Tenho saudades das cores, porque na alegria elas estão sempre presentes, tenho saudade de estar nua porque a muito não me reconheço como sou. Acredito que em determinado momento da vida podemos nos perder, ir para algum lugar sem saber onde queremos chegar, nos vestir simplesmente para um papel cumprir e estar, deixando de ser. Até que nosso ‘eu’ nos implora que retornemos do lugar de nosso conforto, pede-nos, com todo direito, um pouco mais de carne, está cansado de osso. Neste momento temos que decidir, parar de deixar a vida nos levar e realmente decidir onde queremos chegar.

Eu perdi minhas palavras faz algum tempo, já faz algum tempo que não escrevo de todo meu coração, eu estava fora, buscando fora, vivendo um dilema, contradição. É claro que, dentro de todas as nuvens, sempre há um raio de sol, acredito ser Deus sempre a apontar um caminho, uma rosa sem espinho, um alento na devastação. Isso para quem em Deus acredita, no entanto, para quem não acredita pode ser apenas um fenômeno da natureza, mas não deixa de ser uma certeza de que, mesmo estando numa cinza situação, a luz é mais pura e sempre arruma uma maneira de nos tocar com sua fina presença.

Algumas pessoas lêem-me e não me compreendem, outras tantas tem sua própria interpretação, outras acham que falo do momento presente, outras encontram nas minhas palavras a sua própria emoção, assim também sou eu, procuro nas coisas minhas próprias verdades, tiro minha conclusão e daí parto para minha realidade, cheia de pensamentos e vontade.

Eu hoje quero somente escrever para tentar encontrar aquela minha blusa colorida, toda florida que me trouxe tanta alegria. Onde será que a coloquei? Estaria ela sobre meu corpo agora, ou guardada em algum canto esperando sua hora. Mas de uma coisa tenho certeza, ninguém a pode encontrar por mim, eu terei de me levantar, abrir meu guarda-roupa íntimo e procurar. Se eu me cansar, por favor, só me lembrem de que ela está lá, em algum lugar. Porque assim como eu, todos um dia a procuraram e é claro, em alguns momentos a usaram e em outros a deixaram se perder em seu armário. Entretanto, sempre voltamos lá para encontrá-la... Ou, tão somente, para nos encontrar.
Ouvi dizer algumas vezes que...
"Às vezes, precisamos voltar para seguir adiante"...ou seria nos perder para nos encontrar?
Há tantas marcas...em tanto lugar...

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Bom vamos a ver se é desta. É que depois do pc vir da oficina, só por aqui andei umas horitas e foi-se a internet. Ou seja, primeiro tinha internet não tinha pc, e depois vice-versa. Como isto é um casal muito unido um não faz nada sem o outro e daí que eu tenha desaparecido de novo.
Tanto tempo sem escrever logo vi que andava atarefada à procura de algo. Mas uma blusa? Não seria melhor procurar uma camisa desportiva com um peito masculino lá dentro? Ehehehe...
Um abraço
Elvira Carvalho disse…
Oi Princesa, está em casa? Ainda mora aqui. Tenho saudades. Pelo menos uma notinha nova no blog...
Um abraço e tudo de bom
Elvira Carvalho disse…
Amiga, a festa hoje é no Sexta. Passe por lá e junte-se a nós.
Um abraço e fico à espera.