Dia 213 - Mulher de lata

Estranha.
Aquela foi e nunca mais voltou
Sentia ela, se apaixonou
Amava ela que sempre estava
Sonhava sol de madrugada
Sofrendo muito, por quase nada
Menina era
Mulher chegou
Estranha.
Aquela que dizia tanto e se calou
Será que foi o ‘mundo’, as primaveras?
Será que foi a dor do que já era?
Será que é assim pra toda gente?
Por que ninguém é diferente.
Estranho...
Olha a vidraça que se quebrou.
Estranha.
Em contra mão,
Arranha o peito, desaba o chão
Descobre a alma e a solidão
Acorda bela descabelada
Levanta já é madrugada
Se veste toda desarrumada
Cumpre seu fardo como uma máquina
Tudo é normal, sem sal, sem graça
Tudo é normal
Igual a massa
Estranha ela?
Menina era, mulher domada.
Sentia ela...
Mulher de lata.

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