Onde fica a tênue fronteira entre o sonho e a realidade?! O que amamos sempre é quem amamos?! Onde termina um e começa o outro?! As vezes, imagino o olhar de felicidade de Pigmalião em direção a Galatéia ao observar seu primeiro movimento. O instante que ultrapassa a perfeição, já que ela era a própria... Um instante tão inimaginável e transcendente que não foi escrito, em seu lugar, um "happy end". "Queremos" pessoas reais, mas, muitas vezes, buscamos o ideal. Abandonamos Galatéia quando ela deixa de ser perfeita. Seus gestos não são tão leves, seu hálito não é tão doce, sua pele não é tão lisa, sua fala não é suave ou se assim fosse? Tudo que Pigmalião queria. Seria então a monotonia e a morte de todos os seus sonhos?! Prefiro pensar que ela era uma das estátuas que não deram certo, aquela no canto do atelier, mas, um dia ao se olhar no espelho Pigmalião lembra-se dela e de sua semelhança em relação a ele mesmo. Ao se pôr diante dela, cada parte imperfeita dele fa