Dia 472 - O poeta passarinho

Por entre a chuva, que outrora podia pensar serem lágrimas, ouço um chamado que diz:


- Bem-te-vi! Bem-te-vi!

E na alegria deste encontro, quando um diz e o outro ouve, pronto! Secaram-se todas as lágrimas ali!
E quanto mais deixava a chuva lavar as palavras, a mente se iluminava e em nome de Deus o pássaro bradava:

- Bem-te-vi! Bem-te-vi!

Agradecido chamado sob a chuva! Tanta sede é saciada por existir.
Sede de água, de eco, de caminho, de destino,
Sede de rio e de planta, sede de passarinho que canta...

- Bem-te-vi! Bem-te-vi!

Logo ali, num ser tão pequenino, o poder soa tão forte que nos faz ouvir, por entre chuvas, árvores e lágrimas...

- Bem-te-vi! Bem-te-vi!

Ao que outros respondem nas mais diferentes formas...
Cada um tem sua hora...

- Estou aqui! Estou aqui!

Sob as bênçãos das águas que caem, que molham e correm,
lavando a alma, matando a sede e a fome, dos que se esquecem que Deus está, sempre, a ver, a ouvir e a dizer...

- Bem-te-vi! Bem-te-vi! Bem-te-vi!

GeoSRS


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