Dia 159 - diAmante

Tenho em mim todos os mares do mundo
Hora rasos e calmos
Hora revoltos e profundos
Mas temem me navegar
Sou orvalho
Fresco, gotejando em ti
Sou suave, te acaricio os lábios
Mas não te penetro
Toco-lhe a face e escorro sobre tua pele
E mesmo que, muitas vezes, matando tua sede, não te sacio.
Sou frio, sou forte, sou norte
Vento que te atravessa
Sou eterna promessa
Sou jura, mas não perduro
Quando chego, estou de partida
Não me prendes, não me dominas
Não sou doutrina, nem fim
Me enrosco, me envolvo,
bagunço seus cabelos como seu mundo, por isso,
por mais que te refresque em dias quentes,
em dias frios pede que não te atormente.
Uma planta, uma árvore, semente que sempre renasce,
seiva grossa que alimenta, casca grossa que protege,
poda-me sempre que meus galhos arranham tua janela
interrompendo teu silêncio inconstante.
Nunca sou como antes,
tenho em mim todo o ciclo da vida
As vezes sou esperança,
Dou-me inteira, frutífera, saborosa,
Mas não me provas,
Provar-me, e gostar, destrói seu paladar
Ou seria seu mundo insosso?
Também tenho em mim todos os gostos,
Desejos, sonhos, fetiches ao luar,
Quero carne, me dão osso, não sabem
com minha natureza lidar,
por isso me expulsam,
porque não me entendem,
Entender-me seria ter de se levantar,
reagir, escolher, arriscar, mas,
seu mundo é muito mais cômodo, conhecido,
um bom partido para morrer...
da falta do que fazer,
apenas olhar, nunca ter.
Para ter há de se lutar,
talvez morrer,
talvez viver,
probabilidade difícil de aceitar.
Preço alto a se pagar.
Por quê teria fim?
Se queimo, se estrago, também construo,
sempre estou no rumo,
não importa se me querem ou...
se me impelem,
não é de ti que sou feita,
eu planto a minha colheita,
não importa se cortarei
seus olhares, seus mares, seus ares,
não importa por quanto tempo estarei contigo.
Jamais lhe pedirei abrigo,
pois também sou um mundo desconhecido e
mundos assim não permanecem nas mãos de quem
não os sabe valorizar.
Sou grande demais para me esconder,
Pequena demais para me perceber,
Delicada demais para me tocar,
E complexa demais para me amar.
Sou a escolha certa da hora errada,
por isso meu tempo não acompanha o seu.
Sou o presente, sem futuro
E um passado guardado no escuro.
Serei eterna,
Trancada a 'sete chaves',
Seu segredo mais profundo,
E irei contigo até o fim do mundo,
ou até seu anoitecer.
Serei sempre jovem em ti
E tu serás a parte que não coube em mim...
Um destino amaldiçoado,
Hora rasos e calmos
Hora revoltos e profundos
Mas temem me navegar
Sou orvalho
Fresco, gotejando em ti
Sou suave, te acaricio os lábios
Mas não te penetro
Toco-lhe a face e escorro sobre tua pele
E mesmo que, muitas vezes, matando tua sede, não te sacio.
Sou frio, sou forte, sou norte
Vento que te atravessa
Sou eterna promessa
Sou jura, mas não perduro
Quando chego, estou de partida
Não me prendes, não me dominas
Não sou doutrina, nem fim
Me enrosco, me envolvo,
bagunço seus cabelos como seu mundo, por isso,
por mais que te refresque em dias quentes,
em dias frios pede que não te atormente.
Uma planta, uma árvore, semente que sempre renasce,
seiva grossa que alimenta, casca grossa que protege,
poda-me sempre que meus galhos arranham tua janela
interrompendo teu silêncio inconstante.
Nunca sou como antes,
tenho em mim todo o ciclo da vida
As vezes sou esperança,
Dou-me inteira, frutífera, saborosa,
Mas não me provas,
Provar-me, e gostar, destrói seu paladar
Ou seria seu mundo insosso?
Também tenho em mim todos os gostos,
Desejos, sonhos, fetiches ao luar,
Quero carne, me dão osso, não sabem
com minha natureza lidar,
por isso me expulsam,
porque não me entendem,
Entender-me seria ter de se levantar,
reagir, escolher, arriscar, mas,
seu mundo é muito mais cômodo, conhecido,
um bom partido para morrer...
da falta do que fazer,
apenas olhar, nunca ter.
Para ter há de se lutar,
talvez morrer,
talvez viver,
probabilidade difícil de aceitar.
Preço alto a se pagar.
Por quê teria fim?
Se queimo, se estrago, também construo,
sempre estou no rumo,
não importa se me querem ou...
se me impelem,
não é de ti que sou feita,
eu planto a minha colheita,
não importa se cortarei
seus olhares, seus mares, seus ares,
não importa por quanto tempo estarei contigo.
Jamais lhe pedirei abrigo,
pois também sou um mundo desconhecido e
mundos assim não permanecem nas mãos de quem
não os sabe valorizar.
Sou grande demais para me esconder,
Pequena demais para me perceber,
Delicada demais para me tocar,
E complexa demais para me amar.
Sou a escolha certa da hora errada,
por isso meu tempo não acompanha o seu.
Sou o presente, sem futuro
E um passado guardado no escuro.
Serei eterna,
Trancada a 'sete chaves',
Seu segredo mais profundo,
E irei contigo até o fim do mundo,
ou até seu anoitecer.
Serei sempre jovem em ti
E tu serás a parte que não coube em mim...
Um destino amaldiçoado,
sem começo,
sem meio,
com um fim inacabado.
sem meio,
com um fim inacabado.
Reflexo do meu pecado.
Comentários
Doce beijo
O infinito e o incomensurável
O orvalho das pequenas coisas
Uma breve prece, uma aventura notável
O sonho de hoje voa no amanhã
Esta terra prende-me os pés
Um fruto maduro é repasto de pássaro
Um caminho feito de lés a lés
Boa semana
Mágico beijo
Um abraço e bom fim de semana.