Dia 463 - Um segundo de lucidez e sonhos

Talvez pense que não se importam, que não importa...

A cada dia ratificam-se algumas certezas (e existem poucas):
Uma, não sabemos de nada.
Um dia, alguém se dirige a uma janela, suspira enquanto segura uma xícara de café, contempla um trecho do mar que sua vista pode alcançar e pensa:
Sonhar pra quê? É como ter luar, mas, não poder tocar a lua.
Por mais que veja, seu horizonte será o trecho que a sua janela tem a capacidade de lhe mostrar.
A janela da alma;
Para além de uma linha, por menor que nos pareça ou por maior que seja, alguém acende um cigarro, ri da ironia dos dias e seu horizonte é uma selva, de pedras, numerosa, nada silenciosa, traços grosseiros e geométricos, adornados, ironica e propositalmente, por espelhos, para refletir um céu ignorado, mas, ainda assim, diz a si mesmo:
Sonhar e se enamorar com o luar, mesmo sem poder tocar a lua.
Quem são essas pessoas?!
Somos...
"Certos", "errados";
Sentem, independentemente de verem ou não o que se passa por outro lado,
Sentem conforme seu olhar,
A uns a dor, a outros amor,
E a todos a mesma lua,
E uma verdade nua,
Uma outra certeza:
Tudo, sempre mudará!
E nós também, podemos.
Mas nos esquecemos, ignoramos... cada um sabe...
Presos as escolhas e atormentados em consequências que não aceitamos (como nossas).

GeoSRS

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