Dia 410 - O silêncio e a lua

O retorno do que não foram capazes de reter
Ouço a música e ela me toca, tão fundo!
Mas, não me pertence.
Ela diz palavras que não me dizem respeito,
Elas apenas...
Fazem meu peito chorar
Pelo que meus dedos foram incapazes de 'segurar'
E ela diz...
Todas as coisas que eu queria ouvir
Diz...
Todas as coisa que eu achava me pertencer
Dizem...
Que está em mim, mas, não estou em você
E o violino chora...
Como se pudesse me ver por dentro
Como se sentisse as minhas mãos vazias
E as lágrimas que nascem em meu peito
E a música diz...
Tudo aquilo que fora verdade, um dia
Ela diz...
Tudo que quero ouvir
Mas, não mais existe...
Mesmo que eu queira,
Todas aquelas palavras perfeitas,
Mesmo que eu, um dia, tenha pensado serem minhas...
Não são...
Porque perderam a razão
Não são...
Porque as deu para outro coração
E olho para minhas mãos abertas
Incapazes de segurar lágrimas, palavras e rimas
E ouço uma canção cuja melodia me toca,
Mas, cujas palavras são frias, não são minhas...
Então, fecho meus olhos...
Enquanto recolho minhas mãos,
Em direção ao meu peito
Calando minhas lágrimas
Ouvindo a canção de letras perfeitas...
Apenas o silêncio e a lua...
Imagem retirada do Blog: http://arquivodecabeceira.blogspot.com/
Jacques Prévert, "La lune" (colagem)



Comentários

Elvira Carvalho disse…
A canção do desespero. Uma alma em frangalhos.
Fico tão triste Geo!
Abraço