Dia 412 - O que não me pertenceu

Acho que nunca acreditou no que cativou
E também nunca conheceu...
Acho que nunca me viu tão perto
Tão perto quanto eu te senti em mim

Acho que aceitou a perda
Porque nada perdeu...
Apenas ganhou outro rumo,
E coloriu o seu mundo de vermelho
Com a paixão que te ascendeu

Eu fiquei...
No cais da espera fitando
Um firmamento sem estrelas
E um céu sem luar, em prantos...

E quem se importou?!
Nem viu...
O que deixou para trás?
Lágrimas e um cais no qual nunca aportou.

Eu esperei...
E surpreendi-me com a ausência de suas palavras
Não de rimas de contos de fada,
Apenas o que eu merecia...

Assim como na chegada
Esperava que me dissesse...
"Amores acontecem e, as vezes,
Precisamos partir..."

Mas, você não conheceu
A mulher que te amou
Eu construi um ninho, não uma gaiola!
Sempre pôde ir embora...

Com suas palavras, lágrimas e sorriso,
Te veria voar...
Porque teria me dito 'Adeus', como me disse 'Olá'!
As últimas palavras que iria me dedicar...

Mas, de fato, nada disso ocorreu...
Porque o seu amor
Não sou eu...
Eras o meu...

E partiu, sem olhar para trás ou dizer até nunca mais. Então, digo eu:
"Meu Amor", preciso seguir, deixar-te partir, tirar-te de mim...
Adeus. 



Comentários

Elvira Carvalho disse…
Uma separação é sempre triste Geo, não é só largar amarras e deixar partir. É preciso que essa partida aconteça dentro de nós, que a aceitemos, e nós próprios tomar outro rumo.
Aqui se diz que por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera. E é bem verdade, ela sempre volta, com ou sem andorinhas. Acontece o mesmo com o amor.
Um forte abraço e coragem.