Dia 123 - Calcanhar

Não podes ver minhas lágrimas,
Mas eu posso sentir sua dor.
Um dia secaste minhas lágrimas com seu carinho.
Um dia, quando minhas lágrimas eram de dor.
Me disseste:
- Não chores menina, encosta-te a mim, que lhe dou amor.
E assim a dor não encontrou mais rima,
E o sol voltou a brilhar.
E mesmo a chuva, que era cinza, tornou-se cristalina,
E onde tocava, não molhava, mas acariciava.
E versos e rimas dançavam, num bailado perfeito.
E até sobre a água pude caminhar.
Vi montes, castelos, princesas,
Fui guerreira e escrava de um reino além mar.
Um dia me deste sem nada pedir,
Um dia me presenteaste com seu olhar,
Mas a partida não tarda a chegar.
Por isso em lágrimas guardo as asas de Ícaro,
Que tantas vezes usei para cruzar nosso mar.
Mudarei de história, pois me sinto Aquiles...
Quando descobriram a fragilidade de seu calcanhar.

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Minha querida as asas de Icaro acabaram deixando-o cair. Por isso melhor assentar bem os pés no chão.
Um abraço
António Inglês disse…
Olá Geo.
Ícaro foi um exemplo de ambição desmedida.
Hoje venho só desejar-lhe um bom domingo, pois voltei depois de alguns dias em silêncio forçado,
Um beijinho
António
Elvira Carvalho disse…
Passei para deixar um abraço.
Branca disse…
Geo, minha linda,
Quantas saudades! Chego aqui e encontro um texto tão lindo de menina frágil e doce. Mas, todos nós temos um calcanhar de Aquiles e uma fragilidade que salta num momento, até na alma dos mais fortes.
Deixo muitos beijinhos e muita ternura para si.
Branca
António Inglês disse…
Passei para lhe deixar um beijinho.
António