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Dia 491 - O Irrepetível

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Quando eu era criança eu colecionava "coisas"... Quando eu achei que cresci continuei acumulando "coisas"... Eu não via o tempo e ele só me observava enquanto as "coisas" se acumulavam... "Coisas" sufocam pessoas. Pessoas transbordam porque não comportam seus acúmulos... E ficamos cansados e densos. Depois... Quando nos damos conta, concluímos que nos tornamos excessivos e que crescer nos trouxe uma necessidade de estarmos cheios... Andei pensando que há coisas que uma vez estendidas não voltam ao tamanho original, Mas, um dia eu perdi o sono... E olhei pela janela e reparei que a claridade havia mudado de tom... Tinha matizes que eu não vira porque estava cheia demais... Com coisas na minha cabeça, Respirei fundo, diante de algo maior do que eu e que também acumulava, mas, era beleza e intensidade... E lembrei-me de quando era criança e de quando ainda crescia. Eu achava que não poderia mais crescer, no entanto, estava errada. De alguma forma eu...

Dia 490 - Uma fração de tempo

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Escrevo sobre o tempo... E toda palavra ou imagem será sempre uma fração de onde estamos ou estivemos num infinito... Um clique, uma palavra, uma frase, um segundo, uma vida... O que "vemos" é uma história "perfeitamente" montada em quebra-cabeça de partes que não se encaixam, mas que nos compõem embora não nos defina. Assim percebo este tempo, como aqueles sonhos que trazem a tona sensações que permeiam nosso dia e no outro desaparece porque um outro sonho aconteceu e novas sensações emergem... Vivemos de adormeceres e despertares, num ciclo infinito, e entre uma coisa e outra fracionamos instantes, sensações, sentimentos, desejos, aflições, realizações, frustrações, sonhos... Eu gosto de escrever sobre o tempo e divagar nas minhas frações. Eu não sei de nenhuma verdade a não ser aquela que posso sentir no instante. E o que sinto neste instante, não o que vejo, é a única 'realidade' que posso capturar e tão somente uma fração na minha intensidade. GeoSRS

Dia 489 - Onde há amor eu vivo

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 Conte nos dedos as coisas mais preciosas da vida e se inclua nelas Leve consigo apenas o que cabe em seu coração e a vida se tornará mais leve Lembre de todos os sorrisos que trazes na alma e serás mais feliz Guarde apenas o que te trouxe paz e praticarás a sabedoria Aceite o que a vida pode lhe dar e sentirás gratidão E quando grato , sozinho em seu quarto, lembre destas palavras e não se sentirás mais sozinho Porque trarás Deus para dentro de ti ..."há muitas moradas"... GeoSRS

Dia 488 - Divagações ao mar

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Sempre a areia... Na praia, na ampulheta, no tempo.... Terra inúmera e passiva Inconsciente, incontável, mutável... Assim como a vida. Sempre as ondas... Submissos anseios de um Mar Inconstantes, revoltas Trazendo e levando o que não podemos controlar... Assim como as paixões. Sempre o Mar... Misterioso e intenso As profundezas de um ser No amor, no poema, no lamento E quem saberá do seu infinito particular?! Somente o próprio Mar Em seu silencioso e recôndito tormento. GeoSRS Photography: Marta Bevacqua Model: Nadia Tereszkiewicz

Dia 487 - Entre pedras e flores

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Precisamos encontrar o caminho de volta... Mas, primeiro temos que saber onde é a nossa casa, estabelecer uma direção, dar os primeiros passos... É preciso querer se encontrar e acreditar que pedras e flores tem o poder de nos ensinar, a ter força e amor... É preciso, mas, não é fácil. Lembro que quando muito nova eu amava uma frase que dizia: "O caminho a gente faz caminhando". Novamente me volto ao óbvio para dizer que não o é... Nada é óbvio que não precise ser pensado, sentido ou expressado. Nada pode ser ignorado, nem tão pouco valorizado em demasia, pois até o doce mais gostoso enjoa e, as vezes, o amargo é o travo que alivia. O que quero dizer não tem um portanto... Apenas reflexões de uma mente inquieta que tenta se manter em movimento, para dizer o óbvio, que é a necessidade de se equilibrar no dia a dia... Conto pedras e flores, conto dias e noites, conto amores e dores, para aceitar a luz e as sombras da minha biografia... Caminho sobre o meu cansaço, dedilhando a ...

Dia 486 - Janelas da alma

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Penso ser o olhar a casa da eternidade... Em qualquer momento da vida é no olhar que alguém chega ou parte O amor, uma dor, a raiva e até a ironia... Penso que vi a menina dos olhos de um dia E uma mulher que a vida educou Penso que vi um ninho vazio Quando a alma pôs-se a voar Penso que vi a alma de um ser navegar Quando dos olhos uma lágrima pôs-se a rolar E nestes olhos que dizem "que um dia a terra há de comer" Vejo o amor cultivar mas nem sempre colher Penso, um ser deslumbrado Que dos olhos segue a vida adiante Que um dia alguém há de ver Mas nem sempre sentir O que estes olhos tem o dom de contar Mesmo quando veem mais do que são capazes de explicar GeoSRS

DIa 485 - Minha janela

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Da minha janela eu vejo o mar, vejo as pessoas, vejo o tempo passar... Da minha janela eu revejo o passado, eu sinto o presente e me pergunto sobre o futuro... Estes olhos, janelas da minha alma, quanto já viste impotente ou feliz?! Queridas janelas, que de olhos fechados sentem tanto... Deixem-me ver mais uma vez sem me preocupar com o certo ou errado... Assim como o mar, neste ondulante ir e vir, imenso e desconhecido... Como o futuro que ainda não escrevi... GeoSRS

Dia 484 - A casa velha

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Eram sempre tardes amareladas e mornas, cheirando a páginas de livros que a muito foram lidos. Era sempre aquele piso lustroso, denunciando horas de trabalho para que, talvez, alguém, assim como eu, o admirasse a beleza realçada as custas de muita dedicação e suor. Camada após camada de cera, cujo cheiro ainda está fresco em mim. Era o Sol através das janelas de madeira sem vidros, mas, com persianas que toda as tardes eram fechadas pro mosquito não entrar. Era através delas que tudo ganhava a nuance dourada e ao mesmo tempo opaca que ainda me habita. E aquele brilho, aquele brilho que eu achava ser ouro em pó, reduzido ao nome de poeira, fazia tudo cintilar, dando magia a tábuas listradas e frias, nas tardes que passei a sonhar. Era uma casa velha, chamada de barraco que a muitos veio acolher e abraçar. Era coisa eu sabia, sempre foi coisa aquela casa vazia, mas, agora é poesia, todas as vezes que ainda vou lá. GeoSRS

Dia 483 - Mil razões em palavras

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Não tenho escrito muito...Nos tempos que a realidade nos consome, que tempo reservamos para nós mesmos?! Quiça para outrem... As vezes, a rotina que se torna desculpa, torna-se também sua amiga, sem muitas explicações, tudo começa e termina nela. Mas, não consigo ignorar a inspiração por muito tempo, por mais que eu o faça, no meu peito faltará algo... Não podemos ignorar o que somos... No entanto, a todo tempo, a sutileza passa desapercebida. Por quê? Talvez, pela nossa busca incessante pelo arrebatamento ou a famosa rotina. Todavia, sutilezas me alcançaram estes dias e eu distraída suficiente da rotina, ou cansada mesmo, sentei-me diante do tempo a observar. Congelei meu corpo, fixei meus olhos, calei minha boca e lembrei de respirar... Sim, é fácil esquecer de respirar, piscar... Estava pronta e pude ver um olhar de gratidão , um sorriso de alegria por um gesto que eu poderia facilmente ter realizado e pronto, ido para casa e a vida que segue, sem perceber que boa parte da nossa f...

Dia 482 - Momentos...

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 "Amo esses momentos que nada acontece. Que o amanhã vira hoje." Foto: GeoSRS Por do Sol na Praia da Lagoa em Itapuã, Viamão/Rio Grande do Sul.