As vezes, o vento chama, praticamente implora que o deixem entrar, mas, achando-se ignorado, se lamenta e chora, num uivo sentido noite afora... Cansado de bater portas e janelas trancadas, um dia decide se calar e apenas volta a ser vento, indiferente e distante, ignorado em seu próprio lamento. E nunca conhecerão, o vento e sua solidão e o que daquela porta ou janela nunca atravessou... As vezes, somos vento... Que transpassa mas não perdura, Escuta-se mas não se ouve, Sente-se mas não se toca, Apenas sussurra... E o que era lamento, aos poucos, se torna silêncio e saudade... Quem nunca foi vento?! Derrubando taças ao passar... Quem nunca foi vento?! E ao mesmo tempo, nunca saiu do lugar... Num rodopiar revoltado, Tirando da terra e lançando ao ar! Quem nunca foi vento?! E na paixão desencontrou-se do seu amar... Abrindo os braços ao ocaso, atravessando a escuridão... Desbravando o infinito, Do lado de dentro, Sentindo est...